sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Última Duquesa (A) – Daisy Goodwin



A síntese deste romance da britânica Daisy Goodwin agradou-me e levou-me a crer tratar-se de um romance, embora não declarado, histórico, visto que a acção se passa nos finais do século XIX e fala-nos de uma rica família norte-americana que procura casar a sua única filha com um nobre inglês, juntando assim o dinheiro do novo mundo a um nome de família antigo e aristocrático.

Eu sabia que isso foi algo que de facto sucedeu na segunda metade do séc. XIX nos Estados Unidos. Famílias ricas, mas com pouca ou nenhuma História, procuravam, através do casamento, unir o dinheiro à tradição. Era algo muito chique e digno de inveja por aquelas moçoilas que não arranjavam um duque ou um visconde com brasão e um passado familiar que provinha das origens da Inglaterra.

E foi com essa ideia que iniciei o romance, pois julguei tratar-se de algo que me narrasse a lógica dessas uniões, abordando também a mentalidade da época e a forma como esses casamentos eram “arranjados”.

Em certa parte não posso dizer que as minhas pretensões saíram defraudadas, pois a autora consegue situar bem a acção, explicando de uma forma coerente as motivações dessas famílias do novo mundo.

No entanto este romance está longe de ser histórico, pois a autora preocupa-se em nos narrar o trajecto da principal personagem feminina que é completamente controlada pela sua obsessiva mãe que se preocupa unicamente com o estatuto da família e o que os outros vão pensar ou dizer. Embora considere o romance agradável, é tão só uma narrativa em que a acção é simplesmente fútil, deslocando-se de acontecimento em acontecimento com pouco conteúdo interessante. 

Obviamente que isso é uma opinião pessoal, porém a trama desenvolve-se de uma forma algo lenta e previsível, pois e a partir de certa altura, conseguimos adivinhar que o personagem masculino tem um qualquer mistérios que a nossa heroína começa a descobrir aos poucos, desaguando numa história que ensombra o passado do “seu” aristocrático inglês.

Entretém, é indesmentível, mas está muito longe de ser uma história que fica, revelando-se mais uma daquelas narrativas lights próprias para ler antes de dormir ou então num belo dia de férias.

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